Amo profundamente a Igreja, daria a vida por ela, de fato estou entregando-a há muitos anos, mas estes últimos tempos estão me deixando tão abalado... Acredito profundamente na Igreja de Jesus Cristo, me sinto orgulhoso de fazer parte dela e é por isso que me produzem tanta dor os escândalos, as indecências, as barganhas e a politicagem dentro dela. Não quero analisar a situação, pois acho que nem precisa. Simplesmente quero expressar por escrito questionamentos, perguntas, sentimentos que surgem em mim neste momento...
Diante de tanto escândalo na Igreja ou causado por representantes oficiais dela, eu me pergunto:
- Quantos teólogos/as, sacerdotes, bispos, religiosos/as e leigos/as foram, nas últimas décadas, silenciados (quando não proibidos) desde o Vaticano por "problemas ideológicos" e quantos por problemas morais, sendo muitos desses problemas verdadeiros delitos?
- Quantos governos e sociedades (ou grupos sociais) foram e continuam sendo condenados pela Igreja simplesmente por defender "outras formas" de compreender o ser humano e de construir cultura, enquanto ficamos mudos e cegos diante do desrespeito da dignidade humana dentro da Igreja?
- Por que a instituição eclesiástica se mobiliza tão rápida e visceralmente contra o uso de preservativos e contraceptivos, ou contra as uniões homossexuais, ou contra a vida sexual fora do matrimônio... e nada faz contra aqueles que fabricam armas, ou contra os que negociam com a saúde dos pobres (ou com a falta de saúde e com seus medicamentos), ou contra os que continuam explorando crianças e mulheres?
- Por que ainda hoje representantes da Igreja continuam negando a comunhão a quem não casou na Igreja (ainda defendem que a sexualidade sem o carimbo matrimonial é pecado!), ou a quem vive um segundo relacionamento, e não têm problema de consciência para dar a comunhão (e continuar "em comunhão") a ditadores, banqueiros, empresários... Que pecado é mais grave, carecer do sacramento (se é que isso é pecado!) ou ser omisso e insensível diante da morte de milhões por carecerem do que eles têm de sobra e acumulam desnecessariamente?
- Quantos bispos estão do lado dos pobres do mundo e quantos são amigos dos ricos e poderosos? Quantos ficam indignados pelas vítimas da fome, das guerras, pelos milhões sem água potável, sem terra para trabalhar ou sem respeito dos seus direitos mínimos (educação, saúde, moradia...)?
- Quantos bispos são hoje perseguidos por denunciar a injustiça e quantos são hoje questionados (ou denunciados) por ter silenciado injustiças? Quantos bispos sabemos que são omissos diante dos escândalos de padres pedófilos, ou de padres alcoólatras ou autoritários ou machistas ou corruptos... A balança da justiça não parece ser igual para todos/as.
É triste ter que fazer estas perguntas, mas é ainda mais triste ficar calado/a e deixar que as coisas aconteçam. Amo a Igreja. Sinto dor por esta Igreja. Sei que a Igreja é muito mais que todas suas (e minhas) porcarias, mas não podemos permanecer em silêncio diante destas.
Amo a Igreja, mas quero uma Igreja diferente e trabalho cada dia para fazer isso acontecer.
Diante de tanto escândalo na Igreja ou causado por representantes oficiais dela, eu me pergunto:
- Quantos teólogos/as, sacerdotes, bispos, religiosos/as e leigos/as foram, nas últimas décadas, silenciados (quando não proibidos) desde o Vaticano por "problemas ideológicos" e quantos por problemas morais, sendo muitos desses problemas verdadeiros delitos?
- Quantos governos e sociedades (ou grupos sociais) foram e continuam sendo condenados pela Igreja simplesmente por defender "outras formas" de compreender o ser humano e de construir cultura, enquanto ficamos mudos e cegos diante do desrespeito da dignidade humana dentro da Igreja?
- Por que a instituição eclesiástica se mobiliza tão rápida e visceralmente contra o uso de preservativos e contraceptivos, ou contra as uniões homossexuais, ou contra a vida sexual fora do matrimônio... e nada faz contra aqueles que fabricam armas, ou contra os que negociam com a saúde dos pobres (ou com a falta de saúde e com seus medicamentos), ou contra os que continuam explorando crianças e mulheres?
- Por que ainda hoje representantes da Igreja continuam negando a comunhão a quem não casou na Igreja (ainda defendem que a sexualidade sem o carimbo matrimonial é pecado!), ou a quem vive um segundo relacionamento, e não têm problema de consciência para dar a comunhão (e continuar "em comunhão") a ditadores, banqueiros, empresários... Que pecado é mais grave, carecer do sacramento (se é que isso é pecado!) ou ser omisso e insensível diante da morte de milhões por carecerem do que eles têm de sobra e acumulam desnecessariamente?
- Quantos bispos estão do lado dos pobres do mundo e quantos são amigos dos ricos e poderosos? Quantos ficam indignados pelas vítimas da fome, das guerras, pelos milhões sem água potável, sem terra para trabalhar ou sem respeito dos seus direitos mínimos (educação, saúde, moradia...)?
- Quantos bispos são hoje perseguidos por denunciar a injustiça e quantos são hoje questionados (ou denunciados) por ter silenciado injustiças? Quantos bispos sabemos que são omissos diante dos escândalos de padres pedófilos, ou de padres alcoólatras ou autoritários ou machistas ou corruptos... A balança da justiça não parece ser igual para todos/as.
É triste ter que fazer estas perguntas, mas é ainda mais triste ficar calado/a e deixar que as coisas aconteçam. Amo a Igreja. Sinto dor por esta Igreja. Sei que a Igreja é muito mais que todas suas (e minhas) porcarias, mas não podemos permanecer em silêncio diante destas.
Amo a Igreja, mas quero uma Igreja diferente e trabalho cada dia para fazer isso acontecer.