Estamos acostumados a enxergar e julgar as coisas pela aparência, pelo aspecto externo. Nosso olhar muitas vezes é superficial e fugaz, não perdemos tempo em entrar em detalhes, em analisar, em buscar explicações. Olhamos e, de uma vez, comentamos, ou até julgamos (continua...)
A cultura atual substituiu a ética pela estética, a inteligência pela dietética, a racionalidade pela superficialidade. Hoje os projetos são substituídos por operativos, as campanhas por ações, a identidade pela moda. Nesse ambiente que nos envolve é fácil se deixar levar e arrastar sem perceber. Hoje a política, economia, cultura, religião, etc. navegam felizes pelos mares da externalidade, do evento superficial e fugaz que fascina, encanta e leva até o êxtase total. Tudo é efêmero, momentâneo, pontual e, portanto, provisório e relativo. Os poderes públicos se empenham em realizar operativos que não resolvem, mas enfeitam; as grandes corporações econômicas organizam eventos e ações solidárias para lavar sua imagem pública e encobrir o lucro desmedido e egoísta; até as Igrejas gastam esforços e recursos em eventos pontuais que estimulam a insaciável emotividade das massas, mas que não mudam nada da realidade pessoal e social. Hoje importa mais parecer que ser, ter experiências que ter convicções, ser espectador que ator, ser consumidor e não mais construtor.
Também a educação pode acabar cedendo à pressão ambiental, transformando uma missão que, por essência, é processual e demorada. A educação precisa de um projeto, que estabeleça claramente os objetivos a alcançar, os meios a usar e as ações a realizar. Este projeto deve mostrar para todas as pessoas envolvidas nessa missão o horizonte para o qual caminhamos, os caminhos que percorreremos, a bagagem que levaremos e a companhia com a que contaremos para a viagem. O projeto se transforma assim em mapa e bússola ao mesmo tempo. Cada jornada dessa viagem será fundamental para chegar ao destino final, e em cada jornada nos depararemos com uma infinidade de decisões, escolhas, opções por realizar, nos constantes cruzamentos de caminhos que encontraremos, na necessidade ou não de parar para descansar, na eventual retomada do caminho após ter errado a eleição, quando enfrentemos tempestades ou nos meio-dias abrasadores. A educação, como a viagem, se decide nos pequenos detalhes, quando conectados coerente e progressivamente para nos levar até o objetivo almejado. Hoje devemos encarar a tentação de focar todos os nossos esforços nas ações extraordinárias, esquecendo o que nos trouxe até aqui e o que ainda nos falta por descobrir. A viagem não se realiza nas fogueiras noturnas, quando nos reunimos para partilhar as aventuras do dia, para contar e cantar os sonhos e os medos, para comemorar as conquistas e agradecer pelo dia. A viagem precisa desses momentos, mas é no outro dia, no passo a passo que esta acontece. A educação precisa de momentos extraordinários, não como evasão da rotina, mas como alimento e reforço para voltar com mais energia e ânimo a essa mesma rotina, porque nela é que o projeto acontece ou fracassa.
Uma educação de operativos, eventos e ações isoladas somente servirá para formar pessoas desintegradas, necessitadas de experiências fortes para poder enfrentar o deserto da cotidianidade, sem visão de futuro por terem ficado cegas por causa do deslumbrante imediatismo. O dia a dia, o gesto, a palavra, a atitude concreta, a resposta dada a cada questionamento, a reação diante de cada experiência, a solução oferecida ou a ajuda solicitada... São essas pequenas coisas as que fazem a diferença, fazendo andar o projeto e, por tanto, nos levando até o destino sonhado, ou atrapalhando a caminhada e nos levando por caminhos tortuosos.
Educar não é encher a vista com espetáculos fugazes, com fumaças coloridas e feitos luminosos. Educamos acompanhando cada passo, os mais rotineiros e aparentemente sem valor, os que não chamam a atenção, mas que acabam nos levando pelos caminhos certos. Educamos ajudando a descobrir o sentido e valor das pequenas coisas da vida, nas quais nos mostramos como somos e com as quais podemos aprender a ser como queremos. Educamos com o que de fato somos, não com o que esporadicamente fazemos. Educamos com o que realmente vivemos e não com o que dizemos que deveríamos viver. Educamos quando acreditamos no processo e em quem o vive, com confiança e esperança, e porque acreditamos somos extremamente responsáveis com o papel que nos toca realizar, porque sabemos das consequências disso, tanto positivas como negativas. Educamos ensinando a aprender, a ler em profundidade a vida, a analisar criticamente a realidade, a sonhar com uma normalidade mais digna e feliz para todos/as, a construir essa outra “normalidade” com as pequenas coisas de cada dia. Educamos com a constância, perseverança, paciência, mas também com exigência de saber que cada passo é fundamental, cada tijolo é necessário, cada oportunidade é única.
Queremos construir pessoas íntegras, com consciência crítica, com um coração aberto às necessidades das outras pessoas, com a convicção profunda de fazer parte da família humana, e com o compromisso existencial de servir para construir um mundo melhor para todos/as. Como educadores/as queremos dedicar a vida a esta construção, nos esforçando a cada dia no que realmente serve para edificar. Não queremos acabar confundindo construção com o que simplesmente é decoração, porque educar não é enfeitar a vida, as pessoas e os espaços, nem oferecer experiências fascinantes e efêmeras para preencher uma rotina existencialmente vazia e sem sentido. Educar é construir um ser humano, uma sociedade e um mundo plena e profundamente feliz. Por uma construção como esta, vale a pena entregar a própria vida.
Também a educação pode acabar cedendo à pressão ambiental, transformando uma missão que, por essência, é processual e demorada. A educação precisa de um projeto, que estabeleça claramente os objetivos a alcançar, os meios a usar e as ações a realizar. Este projeto deve mostrar para todas as pessoas envolvidas nessa missão o horizonte para o qual caminhamos, os caminhos que percorreremos, a bagagem que levaremos e a companhia com a que contaremos para a viagem. O projeto se transforma assim em mapa e bússola ao mesmo tempo. Cada jornada dessa viagem será fundamental para chegar ao destino final, e em cada jornada nos depararemos com uma infinidade de decisões, escolhas, opções por realizar, nos constantes cruzamentos de caminhos que encontraremos, na necessidade ou não de parar para descansar, na eventual retomada do caminho após ter errado a eleição, quando enfrentemos tempestades ou nos meio-dias abrasadores. A educação, como a viagem, se decide nos pequenos detalhes, quando conectados coerente e progressivamente para nos levar até o objetivo almejado. Hoje devemos encarar a tentação de focar todos os nossos esforços nas ações extraordinárias, esquecendo o que nos trouxe até aqui e o que ainda nos falta por descobrir. A viagem não se realiza nas fogueiras noturnas, quando nos reunimos para partilhar as aventuras do dia, para contar e cantar os sonhos e os medos, para comemorar as conquistas e agradecer pelo dia. A viagem precisa desses momentos, mas é no outro dia, no passo a passo que esta acontece. A educação precisa de momentos extraordinários, não como evasão da rotina, mas como alimento e reforço para voltar com mais energia e ânimo a essa mesma rotina, porque nela é que o projeto acontece ou fracassa.
Uma educação de operativos, eventos e ações isoladas somente servirá para formar pessoas desintegradas, necessitadas de experiências fortes para poder enfrentar o deserto da cotidianidade, sem visão de futuro por terem ficado cegas por causa do deslumbrante imediatismo. O dia a dia, o gesto, a palavra, a atitude concreta, a resposta dada a cada questionamento, a reação diante de cada experiência, a solução oferecida ou a ajuda solicitada... São essas pequenas coisas as que fazem a diferença, fazendo andar o projeto e, por tanto, nos levando até o destino sonhado, ou atrapalhando a caminhada e nos levando por caminhos tortuosos.
Educar não é encher a vista com espetáculos fugazes, com fumaças coloridas e feitos luminosos. Educamos acompanhando cada passo, os mais rotineiros e aparentemente sem valor, os que não chamam a atenção, mas que acabam nos levando pelos caminhos certos. Educamos ajudando a descobrir o sentido e valor das pequenas coisas da vida, nas quais nos mostramos como somos e com as quais podemos aprender a ser como queremos. Educamos com o que de fato somos, não com o que esporadicamente fazemos. Educamos com o que realmente vivemos e não com o que dizemos que deveríamos viver. Educamos quando acreditamos no processo e em quem o vive, com confiança e esperança, e porque acreditamos somos extremamente responsáveis com o papel que nos toca realizar, porque sabemos das consequências disso, tanto positivas como negativas. Educamos ensinando a aprender, a ler em profundidade a vida, a analisar criticamente a realidade, a sonhar com uma normalidade mais digna e feliz para todos/as, a construir essa outra “normalidade” com as pequenas coisas de cada dia. Educamos com a constância, perseverança, paciência, mas também com exigência de saber que cada passo é fundamental, cada tijolo é necessário, cada oportunidade é única.
Queremos construir pessoas íntegras, com consciência crítica, com um coração aberto às necessidades das outras pessoas, com a convicção profunda de fazer parte da família humana, e com o compromisso existencial de servir para construir um mundo melhor para todos/as. Como educadores/as queremos dedicar a vida a esta construção, nos esforçando a cada dia no que realmente serve para edificar. Não queremos acabar confundindo construção com o que simplesmente é decoração, porque educar não é enfeitar a vida, as pessoas e os espaços, nem oferecer experiências fascinantes e efêmeras para preencher uma rotina existencialmente vazia e sem sentido. Educar é construir um ser humano, uma sociedade e um mundo plena e profundamente feliz. Por uma construção como esta, vale a pena entregar a própria vida.
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