24 de novembro de 2010

Canta

quando a noite te abrace com seu hálito funesto
e um frio mórbido abafe teu grito eterno
quando o medo ofusque teu coração meigo
e espessas nuvens escuras pressagiem tormento

quando as flores noturnas poluam teus sonhos
e as estrelas se contorçam num cintilar de prantos
quando as trilhas se percam entre pedras e espinhos
e as sombras proclamem assustadores augúrios

canta!
canta o canto da lua e dos mundos
o canto que não tem limite nem motivos

canta!
canta os ritmos da terra e dos povos
os ritmos sofridos de ancestrais anseios

canta!
canta a melodia do vento e dos mares
a melodia do sangue vertido em amores

Um comentário:

  1. Cantarei pela graça de estar aqui e ler as suas belas palavras!

    Um abraço carinhoso

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