O tempo voa e o fim do ano está já aí, batendo à porta da escola. Parece que era ontem quando começávamos o ano, com ansiedade, novos projetos e muitas ideias, e amanhã estaremos encerrando-o. O que conseguimos fazer de tudo isso a que nos propusemos? Cada qual responda... (continua)
Pode resultar triste, mas é bom olhar para trás e comparar o que queríamos realizar no início do ano e o que realmente logramos fazer. Quantos desejos e projetos frustrados! É verdade que às vezes conseguimos cumprir nossas metas ou, pelo menos, avançar e enfrentar alguns desafios, mas o que predomina são as tentativas que acabaram ficando pelo caminho.
Lembrei agora as palavras do escritor uruguaio Eduardo Galeano, “Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos”. É difícil nos definir pelo que fazemos, porque fazemos pouco e com escassa qualidade. Ainda mais complicado é nos definir pelo que pensamos, nossa inteligência é esperta para idealizar um mundo bonitinho na nossa cabeça e acabar nos convencendo de que somos isso pelo fato de pensá-lo. Muitas vezes o que pensamos não tem reflexo nenhum no que fazemos e, o contrário, o que fazemos nada tem a ver com o que pensamos e, muito menos, com o que pensamos que fazemos.
Somos o que realmente podemos chegar a ser. Somos o que está em potência dentro de nós. Somos o que sabemos ou intuímos que poderíamos ser. Somos o que ainda está por descobrir (não falei inventar). Somos o que está sendo trabalhado, revisado, educado, formado, acompanhado, exigido, reconciliado, acolhido, mudado, superado... amado. Somos uma mistura de realidade e projeto: realidade projetada e projeto que vai se realizando. Todos sabemos quem e como somos (ou deveríamos saber), o verdadeiro desafio se encontra em averiguar o que poderíamos chegar a ser e, sobretudo, em iniciar o processo de transformação pessoal para, partindo da realidade, chegar ao ideal não de perfeição, mas de plenitude (ser o melhor e o máximo que pudermos chegar a ser).
Brinquei demais com as palavras? Peço desculpas. Tentarei ser mais claro e direto.
Acaba um ano com muitas ideias, projetos e sonhos que ficaram pelo caminho. Aceitemos com humildade e sinceridade. Mas a história não acaba aqui. Em poucos dias estaremos começando uma nova aventura, um novo capítulo do livro da vida, e as páginas estão todas em branco. O que queremos chegar a ser? Onde colocaremos nosso limite pessoal?
Alunos/as que estão formando e nos deixarão... abandonem o ninho e voem para outros céus. Ainda não lograram nada na vida, fizeram somente o que, com as oportunidades oferecidas e suas capacidades próprias, deviam fazer. A vida pra valer começa agora, mas nunca se esqueçam do alimento que aqui receberam. Não se conformem em ser o que todos/as são. Não percorram caminhos já trilhados por outros/as que somente conduzem a uma vida monótona, sem sentido e sem felicidade. Não vivam superficialmente. Aprofundem na vida, no conhecimento, na realidade, na fé, no amor, na amizade, sempre procurando a experiência mais plena. Não se conformem com menos.
Alunos/as que continuarão seu processo de formação aqui, no São Miguel... aproveitem as oportunidades para forjar os alicerces da vida. Não deixem passar o tempo à toa, caso contrário, quando menos esperarem, descobrirão que outros já se apropriaram de sua vida. Não se deixem transformar em marionetes. Mergulhem na sua própria realidade, explorem suas capacidades, questionem a vida e o mundo, aprendam! Mas, sobretudo, aprendam a viver de verdade, procurem a felicidade mais profunda. E lembrem sempre que ninguém é feliz sozinho.
Funcionários/as que fazem parte desta família... são todos/as necessários/as. O São Miguel e a missão escolápia precisam de cada um/a de vocês, do melhor que vocês puderem chegar a ser, dos seus melhores esforços, da sua responsabilidade e amor, não para engrandecer o nome do Colégio, mas para engrandecer a vida de tantas crianças e adolescentes que nos foram confiados/as. Sejamos o mais bonito sorriso, o mais profundo abraço, a mais exigente proposta, a mais compreensiva paciência, a mais generosa entrega. Todos/as nós dizemos, com orgulho ou com resignação (dependendo de cada pessoa), que trabalhamos no São Miguel. Tomara que algum dia cheguemos a afirmar que, trabalhando no São Miguel, aprendemos a viver.
Famílias todas... abram as portas e as janelas de suas casas, abram a sua realidade familiar, o mundo não termina no tapete da entrada, aí é que o mundo começa. Não se isolem, nem se afastem do mundo, nem se refugiem na casa. Vivam em casa o que gostariam que o mundo fosse, e mostrem ao mundo que é possível ser feliz em família. Infelizmente, estamos acostumados a ver famílias irreais, com aparência de felicidade e uma realidade que só provoca sair correndo. O mundo real está fora, não podemos criar submundos, nem realidades paralelas, seria um grande prejuízo para seus/suas filhos/as. O mundo é o que é, e será o que nós quisermos que seja. Quem enxerga o mundo com olhar medroso, somente descobre perigos; quem olha com confiança, somente percebe oportunidades; quem contempla com amor, somente encontra necessidades para atender. Transformem suas famílias num laboratório de partilha, respeito mútuo (mútuo!), liberdade, empatia e, sobretudo, amor (gratuito e sem cobranças). Deixem que o mundo, com seus problemas, desafios e necessidades, entre na vida familiar e sonhem juntos. Sonhem com o que deveriam oferecer para mudar a realidade, com o que poderiam viver para transformar a parcela de mundo na qual existem, com o que de fato acrescentarão com suas vidas, únicas e irrepetíveis.
Acaba um ano, mas a vida continua... O que logramos neste ano que acaba? O que queremos lograr no próximo ano? Cada qual responda.
Encerramos mais um ano de trabalho. Ano em que comemoramos 60 anos de presença escolápia no Brasil. Em breve iniciaremos outro que também nos convida a celebrar: 60 anos de existência do Colégio São Miguel Arcanjo.
Acaba um ano, mas a festa da vida, da missão escolápia, da educação que liberta e do compromisso que transforma, continua.
Que não pare a festa!
Pode resultar triste, mas é bom olhar para trás e comparar o que queríamos realizar no início do ano e o que realmente logramos fazer. Quantos desejos e projetos frustrados! É verdade que às vezes conseguimos cumprir nossas metas ou, pelo menos, avançar e enfrentar alguns desafios, mas o que predomina são as tentativas que acabaram ficando pelo caminho.
Lembrei agora as palavras do escritor uruguaio Eduardo Galeano, “Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos”. É difícil nos definir pelo que fazemos, porque fazemos pouco e com escassa qualidade. Ainda mais complicado é nos definir pelo que pensamos, nossa inteligência é esperta para idealizar um mundo bonitinho na nossa cabeça e acabar nos convencendo de que somos isso pelo fato de pensá-lo. Muitas vezes o que pensamos não tem reflexo nenhum no que fazemos e, o contrário, o que fazemos nada tem a ver com o que pensamos e, muito menos, com o que pensamos que fazemos.
Somos o que realmente podemos chegar a ser. Somos o que está em potência dentro de nós. Somos o que sabemos ou intuímos que poderíamos ser. Somos o que ainda está por descobrir (não falei inventar). Somos o que está sendo trabalhado, revisado, educado, formado, acompanhado, exigido, reconciliado, acolhido, mudado, superado... amado. Somos uma mistura de realidade e projeto: realidade projetada e projeto que vai se realizando. Todos sabemos quem e como somos (ou deveríamos saber), o verdadeiro desafio se encontra em averiguar o que poderíamos chegar a ser e, sobretudo, em iniciar o processo de transformação pessoal para, partindo da realidade, chegar ao ideal não de perfeição, mas de plenitude (ser o melhor e o máximo que pudermos chegar a ser).
Brinquei demais com as palavras? Peço desculpas. Tentarei ser mais claro e direto.
Acaba um ano com muitas ideias, projetos e sonhos que ficaram pelo caminho. Aceitemos com humildade e sinceridade. Mas a história não acaba aqui. Em poucos dias estaremos começando uma nova aventura, um novo capítulo do livro da vida, e as páginas estão todas em branco. O que queremos chegar a ser? Onde colocaremos nosso limite pessoal?
Alunos/as que estão formando e nos deixarão... abandonem o ninho e voem para outros céus. Ainda não lograram nada na vida, fizeram somente o que, com as oportunidades oferecidas e suas capacidades próprias, deviam fazer. A vida pra valer começa agora, mas nunca se esqueçam do alimento que aqui receberam. Não se conformem em ser o que todos/as são. Não percorram caminhos já trilhados por outros/as que somente conduzem a uma vida monótona, sem sentido e sem felicidade. Não vivam superficialmente. Aprofundem na vida, no conhecimento, na realidade, na fé, no amor, na amizade, sempre procurando a experiência mais plena. Não se conformem com menos.
Alunos/as que continuarão seu processo de formação aqui, no São Miguel... aproveitem as oportunidades para forjar os alicerces da vida. Não deixem passar o tempo à toa, caso contrário, quando menos esperarem, descobrirão que outros já se apropriaram de sua vida. Não se deixem transformar em marionetes. Mergulhem na sua própria realidade, explorem suas capacidades, questionem a vida e o mundo, aprendam! Mas, sobretudo, aprendam a viver de verdade, procurem a felicidade mais profunda. E lembrem sempre que ninguém é feliz sozinho.
Funcionários/as que fazem parte desta família... são todos/as necessários/as. O São Miguel e a missão escolápia precisam de cada um/a de vocês, do melhor que vocês puderem chegar a ser, dos seus melhores esforços, da sua responsabilidade e amor, não para engrandecer o nome do Colégio, mas para engrandecer a vida de tantas crianças e adolescentes que nos foram confiados/as. Sejamos o mais bonito sorriso, o mais profundo abraço, a mais exigente proposta, a mais compreensiva paciência, a mais generosa entrega. Todos/as nós dizemos, com orgulho ou com resignação (dependendo de cada pessoa), que trabalhamos no São Miguel. Tomara que algum dia cheguemos a afirmar que, trabalhando no São Miguel, aprendemos a viver.
Famílias todas... abram as portas e as janelas de suas casas, abram a sua realidade familiar, o mundo não termina no tapete da entrada, aí é que o mundo começa. Não se isolem, nem se afastem do mundo, nem se refugiem na casa. Vivam em casa o que gostariam que o mundo fosse, e mostrem ao mundo que é possível ser feliz em família. Infelizmente, estamos acostumados a ver famílias irreais, com aparência de felicidade e uma realidade que só provoca sair correndo. O mundo real está fora, não podemos criar submundos, nem realidades paralelas, seria um grande prejuízo para seus/suas filhos/as. O mundo é o que é, e será o que nós quisermos que seja. Quem enxerga o mundo com olhar medroso, somente descobre perigos; quem olha com confiança, somente percebe oportunidades; quem contempla com amor, somente encontra necessidades para atender. Transformem suas famílias num laboratório de partilha, respeito mútuo (mútuo!), liberdade, empatia e, sobretudo, amor (gratuito e sem cobranças). Deixem que o mundo, com seus problemas, desafios e necessidades, entre na vida familiar e sonhem juntos. Sonhem com o que deveriam oferecer para mudar a realidade, com o que poderiam viver para transformar a parcela de mundo na qual existem, com o que de fato acrescentarão com suas vidas, únicas e irrepetíveis.
Acaba um ano, mas a vida continua... O que logramos neste ano que acaba? O que queremos lograr no próximo ano? Cada qual responda.
Encerramos mais um ano de trabalho. Ano em que comemoramos 60 anos de presença escolápia no Brasil. Em breve iniciaremos outro que também nos convida a celebrar: 60 anos de existência do Colégio São Miguel Arcanjo.
Acaba um ano, mas a festa da vida, da missão escolápia, da educação que liberta e do compromisso que transforma, continua.
Que não pare a festa!
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