27 de junho de 2011

Resgatando a história

Resgatando a história
O coração se expande
E o horizonte se renova

Carregado de sentimentos
E digerindo a saudade
Retomo feliz o meu caminho 

Agradecido
Pela memória ressurgida
Pelo amor semeado
Pelas flores deleitadas

Envergonhado
Pela fidelidade revigorada
Pelos abraços coletados
Pelas confidências partilhadas

Entusiasmado
Pela amizade enraizada
Pelo tesouro intuído
Pelas vidas convividas

20 de junho de 2011

Viajando

Que não passe pela vida viajando
Sem deter o olhar, a palavra, o abraço
Consumindo com dolo
Experiências, afetos e nomes

Que não faça da minha vida um passeio
Um ir e vir frio e vazio
Rodando sem destino
Sem referências nem saudades

Passar pelo mundo ligeiro
Sem ancorar o espírito
Nem sepultar os sonhos
Passar pelo mundo, inevitável!

Mas nunca passar pela vida
Não tirar da bagagem
Sorrisos nem cantos
A dor e a esperança
Os corações ternos
Lágrimas vertidas
Beijos agradecidos
Esforços partilhados
A justiça conspirada
E a paz sonhada

Que não passe pela vida
Transformando o universo
Em lembranças de prateleira
Ou retrato congelado

Quero viver entregando
Em cada passo e instante
Um encarnado fragmento
Deste coração vibrante.

13 de junho de 2011

Humildade

Contemplo o céu
Sua gratuita imensidão
Sua abertura infinita
Não pede
Não exige
Não impõe

Contemplo o sol
Sua luminosa generosidade
Seu abraço caloroso
Nada cobra
Nada empresta
Nada anseia

Contemplo a lua
Sua humilde presença
Seu rosto sempre novo
Nem reclama
Nem vozeia
Nem ofusca

Contemplo meu coração
Puxa! Acho melhor
Continuar em outro momento

10 de junho de 2011

Observando e perguntando

Uma andorinha afaga o céu
Com seus sonhos ao vento
E suas esperanças brilhando
Qual o teu destino?
Quem guia teu esforço?
Quem fortalece teu verso?

Uma estrela treme na noite
Oferecendo seus cantos
E agitando seu fogo
Quem te confia seus desejos?
Por quem brilhas no eterno?
O que aguardas em silêncio?

Um coração renasce no escuro
Amassando humilde um tesouro
Jorrando ao mundo seus afetos
Quem acendeu teu ímpeto?
Para quem palpitas sem descanso?
Por quem te esvaziarás amando?