não destacam nem aparecem
ninguém conhece seus nomes
nem contam suas histórias
passam despercebidos
como anônimas sombras
mas estão aí
no solo do mundo
nos lodos férteis
e nos árduos sertões
é a gente pequena
a humanidade miúda
que pulula no escondido
agitando ao vento suas dores
povos silenciados
milhões de omitidos
pequenos relatos de vidas duras
que jamais o mundo lembrará
porque não têm ouro que brilhe
não fazem barulho com bombas
nem semeiam fofocas de famosos
é a gente sem nome e sem futuro
que sofre sem culpa o presente
e carrega com dor o passado
é o povo emudecido e condenado
memória eterna da nossa omissão
silêncio ensurdecedor
que arrepia as consciências
e acorda nossa embrutecida sensibilidade
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