Gritos e gargalhadas atravessam cada dia nosso espaço, invadindo salas, revoando entre as árvores e inundando o nosso ar. É a vida acontecendo neste pequeno universo escolar. É a felicidade tomando conta das crianças. É um reflexo do mundo que sonhamos. (Continuar lendo...)
Numa sala de aula o debate se aviva entre os alunos e o professor, a atualidade é analisada criticamente. Um tema polêmico, ideias divergentes, propostas e soluções, o futuro desejado começa a ser construído agora, na formação da consciência pessoal, na reflexão compartilhada e no diálogo formativo.
Uma turminha de "beija-flores" (alunos/as da pré-escola) cruza o pátio rumo à biblioteca. Nos rostos sorridentes se intui a ansiedade, qual história os surpreenderá hoje? Mais uma vez mergulharão no mundo imaginário das palavras, em que pessoas, animais, plantas, coisas... tudo ganha vida! As melhores atitudes e os valores mais humanos vão consolidando-se como alicerces na vida das crianças.
As torcidas animam aos gritos suas equipes. Parece que temos um jogo quente no ginásio. Rivais no esporte e parceiros na vida. Os jogos são um laboratório para a vida. Neles aprendemos o valor do esforço, da colaboração com os outros, do aproveitamento das melhores capacidades de cada jogador, das regras que nos obrigam a agir de forma justa, do sacrifício pessoal para bem de todos e do respeito sagrado ao rival. Entregar a vida em cada jogo e aprender a viver para que ganhemos todos, esse é o desafio.
Alegria, cansaço, entusiasmo, preocupação, esperança, agradecimento... os rostos dos/as funcionários/as (todos/as educadores/as) são um completo mapa dos sentimentos humanos. Tudo se mistura naqueles que fazem parte ativa desta bonita história. Que ninguém seja espectador do que aqui acontece e que todos/as assumam com responsabilidade sua parte nesta missão é o nosso desejo e esforço.
Em outra sala reina o silêncio, é fácil adivinhar o que está acontecendo. Olhares preocupados, caras sérias, ansiedade e nervosismo perfumam o ambiente. O que seria do ensino sem as clássicas, habituais, “insubstituíveis” e terríveis provas? Não sabemos por que quase ninguém experimentou outras formas, mas será que existem? Com certeza que sim! Afinal, o que queremos é formar pessoas e não simplesmente treinar para a resolução de provas e o sucesso nas avaliações, sempre parciais, desconectadas da vida e incapazes de refletir a qualidade ética da pessoa. E se isto está claro, por que continuamos repetindo velhos e limitados padrões?
A tecnologia vai, aos poucos, configurando o espaço e as práticas escolares. Computadores, lousas, datashows e quem sabe o que chegará no futuro. Nunca uma máquina poderá substituir o professor na necessária e complexa missão de educar. Porém, devemos reconhecer que há muitos professores que poderiam ser perfeitamente substituídos por um computador, porque não educam, simplesmente “ensinam” e, para fazer isso, o computador e a Internet são muito mais eficazes. Evitar que isso aconteça aqui é o nosso compromisso, sabendo que ainda temos muito trabalho pela frente.
A rotina tinge agora nossa atmosfera. Parece que cada dia é como o anterior, que nada muda, que nada novo acontece. Mas somente nessa cotidianidade cinzenta e monótona é que as ideias e os sonhos, os desafios e compromissos, os projetos e as inovações podem se transformar em realidade. Precisamos de estrelas para guiar nossa viagem no meio da escura noite, mas o caminho se faz somente caminhando, com cada pequeno passo, até chegar ao nosso destino, e não simplesmente observando o brilho cativante das inalcançáveis estrelas.
Semeemos nossos sonhos nesta cotidiana monotonia, no solo fértil da insistência. Adubemos com a nossa fidelidade e reguemos a vida com a nossa esperança. Protejamos os rebentos de pragas e tempestades. O futuro começa a se tecer em cada palavra, em cada atitude, em cada gesto. Que o nosso presente cotidiano e rotineiro anuncie e antecipe um futuro feliz e em paz para todas as pessoas.
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