25 de março de 2013
A sombra
Há uma sombra insistente
Que me persegue sem piedade
Acossando-me sem trégua
Escurecendo minha memória
Entrevando minha alma
Ninguém a convidou
Não foi pronunciado seu nome
Nem solicitada sua presença
Mas ela fez se presente
Quando mais fraco me sentia
Apareceu no nascer do crepúsculo
Aproveitando o sol cansado
E a chegada das horas mais pesadas
Achando-me indefeso e desprevenido
Sem força para empreender a fuga
Hoje me acompanha implacável
Aferrada a cada passo e escolha
Semeando dúvidas e medos
Embaçando cada dia o horizonte
Querendo entorpecer minha esperança
18 de março de 2013
Memória
A brisa noturna
Trouxe à minha memória
A fragrância de dias floridos
Quando se teciam os abraços
Que balançavam nossos sonhos
O sol manhaneiro
Refletiu nos meus olhos
O ardor de encontros felizes
Quando as palavras cediam espaço
Aos férteis silêncios do afeto
14 de março de 2013
Viver a poesia
Uma voz distante
Suscita ecos íntimos
O olhar perscrutador
Descobre ocultos tesouros
A palavra certeira
Nomeia estrelas e sonhos
Poesia
Uma forma de ler o mundo
De respirar a vida
De saborear o tempo
12 de março de 2013
Pesadelo invernal
Sinto um frio atroz
Encurralando-me a cada noite
Como uma faca gelada
Como um terrível presságio
Envolve-me como hálito mórbido
Acossa-me como fera faminta
Observa-me como fatal destino
Convida-me a abraçar a derrota
Sinto uma tristeza cruel
Sequestrando meus sonhos
Como um ladrão noturno
Como um vírus corroendo o céu
Assalta-me como guerreiro implacável
Seduz-me com suas finas artimanhas
Paralisa-me com seu olhar terrífico
Condena-me ao deserto infinito
1 de março de 2013
“O SUBSTITUTO”, um filme para repensar a vida.
Título original: Detachment (2011).
País: EUA.
Diretor: Tony Kaye.
Roteiro: Carl Lund.
Vencedor do prêmio do público na Mostra Internacional de São Paulo
O título original expõe de forma rápida toda a problemática do filme e dos seus personagens, o que não aparece refletido na tradução ao português. A palavra inglesa “detachment” pode ser traduzida como ”desapego” ou “distanciamento”, mas também “indiferença”. Isso é o que o filme retrata, de forma diversa, positiva e negativamente. O protagonista, um professor que somente faz substituições sem nunca assumir uma vaga fixa, vive carregando uma história familiar tortuosa que não acaba de assimilar. Chamado para realizar uma substituição em uma escola em um estado completo de caos, encontrará professores/as que não sentem apego nenhum pela sua profissão, estudantes desencantados e aborrecidos da vida antes mesmo de começá-la, adolescentes à procura de adultos em quem confiar e com os quais substituir pais negligentes ou ausentes.
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