25 de outubro de 2013

O céu abriu-se

Céu de Anzaldo após uma forte chuva de granizo
O céu abriu-se após a tempestade
Como um sorriso transparente
Sincero e acolhedor
E todos os olhares
Concentraram-se nele
Como aguardando uma palavra

O céu abriu-se em silêncio generoso
Invadindo os corações agitados
Pela violência do temporal
E os assustados rostos 
Sossegaram-se espelhando
A beleza do espetáculo oferecido

O céu abriu-se harmoniosamente
Inundando de luz o dia
Rachando as trevas
Com um vermelho libertário
Lembrando para todos
Que não há tempestade eterna
Nem escuridão que suporte 
O embate de um povo
Quando em rebeldia se levanta

12 de outubro de 2013

Autorretrato

Cheguei a este mundo
Carregando poucas coisas
Na minha mochila
Um sonho
Algumas canções
E uma alegria 
Que nada e ninguém 
Conseguirão murchar
Nem as injustiças 
Do poderoso
Nem as calúnias
Do invejoso
Nem a ironia 
Do arrogante
Nem o desprezo 
Do orgulhoso

Cheguei a este mundo
Sorrindo na dor
Cantando na solidão
Sonhando acordado
Com um amanhecer 
De luz para todos
Com flores e pássaros
Enfeitando a vida
Com melodiosas estrelas 
Pronunciando mil nomes
Com novas paisagens
Onde semear generoso
Um sorriso sincero
Um sonho de amor fraterno
E umas poucas canções