8 de fevereiro de 2015

Clandestino

Sem rosto
Sem nome
Sem história
Uma sombra desconhecida
Um grito amordaçado
Invadindo a noite proibida
Pulando os muros de ferro

Os oceanos engoliram suas memórias
Os rios arrastaram suas esperanças
Por desertos e montanhas
Por estradas e trilhos
Multidões anônimas
Semeadas nas entranhas da terra

Quem inventou as fronteiras?
Quem criou essa asneira chamada pátria?
Quem dividiu a família humana?

Neste terreiro cósmico
Não existem ilegais
Ninguém deveria se sentir estranho
Nesta casa planetária
Todo rosto é irmão
Toda vida é querida
Todo sonho é sagrado