Demos uma olhada rápida, crítica e irônica sobre o modelo de família que a sociedade do bem-estar nos propõe, a família "classe média" ...
Casal “eternamente jovem”, com um ou dois filhos, trabalhando a todo vapor a fim de obter os recursos necessários para manter um nível alto de consumo e conforto;
Sem tempo para si mesmos (por isso têm que procurar momentos “sem filhos”) e muito menos para os outros;
Que gasta quanto tem e por isso está sempre apertado financeiramente;
Que valoriza mais a imagem pública de família que a verdadeira realidade familiar;
Que cuida mais do carro (ou do notebook, ou do cachorro) que do filho;
Que chega em casa pela noite morto (depois de sacrificar a vida para que os filhos, e eles, possam ter o que têm);
Que aluga os filhos à escola para que se ocupe deles (e não só de sua educação, mas deles fisicamente).
Uma família cujo mundo começa e termina na porta da casa, do carro, do clube ou do sítio.
Uma família cujo “universo” se encontra representado no shopping: enorme vitrine que oferece um mundo bonitinho, prazeroso, gostoso e cheiroso, todo um paraíso de desejos e vontades, onde você é o que aparenta e consome.
Os filhos destas famílias encontram no mundo virtual seu verdadeiro mundo: relacionamentos impessoais controlados pela própria vontade (basta um clique no mouse), janelas que nos abrem a experiências intensas e emocionantes, um mundo de fantasia que pode se tornar realidade, principalmente quando a “realidade real” é tão pouco atraente.
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