2 de novembro de 2013

Francamente

Nasci palhaço
E morrerei 
Com um sorriso
Enfeitando meu coração

Já chorei no meu caminho
Menos do que deveria
Mais do que gostaria
Engolindo em silêncio o pranto
Digerindo na solidão a dor

E reclamei muito também
Pelos defeitos não admitidos
Pelas feridas sem querer abertas
Por sonhos frustrados
E por guerras sofridas

Mas não tenho como fugir
Do meu destino cômico
Da risada que virou rotina
Da piada com que interpreto a vida
Da bobagem que rouba um sorriso
Até do mais fechado dos rostos

Nasci palhaço
E partirei rindo
Deste mundo paciente
Que suportou meu circo